O Brasil, todos sabemos, sofreu um golpe. Mais um na
sua história. No dia seguinte ao golpe, a população brasileira acordou, se
espreguiçou, bocejou, lavou o rosto, tomou o seu café, iniciou as suas
atividades, cada um com os seus problemas, dilemas ou prazeres. Aqueles pobres,
aqueles remediados, aqueles abastados... Os desonestos, muitos dos honestos; os
que avançam os sinais, qualquer sinal, daqui, dali ou acolá; os clientes, todos
os clientes, os inseridos no mercado e os que
desejam se inserirem no mercado; os tristes e os alegres; os bons e os
maus.
Pelo dia, o Brasil foi seguindo o seu passo manso, introspectivo, com a calma paciente dos justos, distraídos por não se perceberem injustos. O Brasil atravessou o dia, comendo, bebendo, trabalhando, vagando, gozando, trocando idéias fúteis, inconseqüentes...
”como tá abafado”, “é, vai chover”, “odeio carregar guarda-chuva”, “eu também”, “será que vão prender o homem?”, “acho que sim”, “tem jogo hoje?”
Pelo dia, o Brasil foi seguindo o seu passo manso, introspectivo, com a calma paciente dos justos, distraídos por não se perceberem injustos. O Brasil atravessou o dia, comendo, bebendo, trabalhando, vagando, gozando, trocando idéias fúteis, inconseqüentes...
”como tá abafado”, “é, vai chover”, “odeio carregar guarda-chuva”, “eu também”, “será que vão prender o homem?”, “acho que sim”, “tem jogo hoje?”
Chegada a noite, os corpos cansados atravessam as portas
residenciais, se acomodam nos seus cantos, se aconchegam..., todos aqueles que
têm portas residenciais, que têm cantos e que têm a possibilidade do aconchego,
e que poderão, depois de um boa noite de willian bonner, descansar para um
outro dia, para um novo bocejo, um outro lavar de rosto, um novo café, para os
novos dilemas, novos problemas ou novos prazeres. Tudo muito natural. Natural
como um golpe.
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