sábado, 30 de junho de 2012

gormley

Para Antony Gormley, não importa se o que  faz é arte ou não. O que lhe importa, como disse em entrevista à Marcelo Dantas e Catarina Duncan, curadores da mostra no Centro Cultural Banco do Brasil, é que a sua história de vida é a sua história de arte e que ela é resultado de seu "ceticismo materializado". Tamanha certeza é resultado do conflito que teve quando viveu na India por três anos. Na dúvida entre ser monge e artista, percebeu seu destino como artista, por ser um "materialista do aqui e do agora" e para chegar a essa constatação pessoal, o caminho foi o aprendizado e, mais do que isso, a individuação, através da meditação Vipassana, que segundo Gormley " é a forma de conhecimento que está ligada a experiência direta".
Talvez o resultado desta aparente contradição possa ser experenciada na exposição no centro velho de São Paulo, a partir do Centro Cultural Banco do Brasil. Digo, "a partir do Centro Cultural Banco do Brasil" e "no centro velho de São Paulo" porque as peças, os seus "homens de ferro", moldados a partir do seu corpo, estão espalhados nos topos de muitos prédios de São Paulo
Aqui algumas fotos que tirei das partes externas. A exposição se encerra em 15 de julho.

sábado, 16 de junho de 2012

mostra bergman

Em 30 de julho de 2007 morria Ingmar Bergman, o grande cineasta sueco. Neste Empório, arrumando as prateleiras e ainda com poucas mercadorias, eu poetizava:

Não há o premeditar quando se nasce: sempre se nasce quando menos se espera. Nasce-se muitas vezes na vida. Bergman fez um dos meus partos. Hoje Bergman morreu. Hoje nasci um pouco pelo avesso.

Com atraso de três dias, lembro que o Cento Cultural Banco do Brasil apresenta a maior mostra do diretor já exibida no país. São cerca de cinquenta filmes. Dos clássicos aos poucos conhecidos.
Ainda haverá um curso com o crítico Sergio Rizzo: "O Cinema de Ingmar Bergman", com duração de três dias, e que irá abordar a trajetória e o trabalho do cineasta. As inscrições podem ser feitas pelo site da mostra: http://www.mostraingmarbergman.com.br/prog.html


De 13 de junho a 15 de julho.
Imperdível para cinéfilos.
  

domingo, 10 de junho de 2012

os "modigliani" do masp


Em 4 de abril postei comentário sobre as exposições de Giacometti, De Chirico e Modigliani
A exposição de Amedeo Modigliani estava na ocasião no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e agora desembarca no Masp, oportunidade para eu seguir, aqui no Empório, com a série de obras do Masp que conta com 6 obras do artista italiano.






sexta-feira, 1 de junho de 2012

a imprensa e o boneco que não para em pé

Jornalismo

A propósito da última polêmica fabricada pela revista Veja, retomo um tema que tem perpassado a nossa recente história da pós-ditadura: o comportamento da imprensa brasileira.

A polêmica referida, é história da carochinha criada pelo ministro do STF Gilmar Mendes e a revista Veja que tingiram em cores envergonhadas ( já que de tão inverossímil, não mereceu nem matéria de capa) o encontro de Mendes e Lula, ciceroneados pelo ex ministro Nelson Jobim.

Não vou me deter nos detalhes da fantasia, já tão debatida e desmascarada na semana, mas apenas apontar a tentativa da grande mídia em repercuti-la.

O convênio Mendes&Veja, criou um boneco que não pára em pé e, ainda assim, assistimos da arquibancada, os grandes esforços dos Marinhos, dos Frias e dos Mesquitas em arquitetar hastes para manter o boneco, que nasceu cambaleante, de pé.

Algumas aparições dos agentes do jornalismo nos jornais televisivos noturnos da Globo como também colunistas e “bloguistas” das grandes corporações midiáticas, exercitaram da prática do contorcionismo radical, para tentar embaralhar os neurônios dos desavisados e distraídos leitores ou telespectadores, mas conseguiram, apenas, ofender a inteligência alheia.

Esse episódio é apenas mais um exemplo de uma imprensa que pauta o conceito de liberdade de expressão conforme seus parâmetros muito peculiares. E muito estreitos: da largura de seus muito particulares interesses.

Abaixo, uma boa análise sobre Jornalismo, em artigo de Luiz Gonzaga Belluzzo, publicado pela Carta Capital.


Jornalismo de resultados
Leio na coluna do ombudsman da Folha de S.Paulo que o Painel FC atribuiu ao dirigente do São Paulo, Carlos Eduardo Barros e Silva, o Leco, uma frase que não disse, pronunciada num lugar em que nunca esteve.

Não é um episódio isolado, uma anomalia, mas exprime uma tendência do jornalismo contemporâneo, imagino, à revelia dos Manuais de Redação. O jornalismo de resultados entrega-se à sanha de conquistar leitores ou arrebatar audiência a qualquer custo. Se a notícia é “quente” pouco importa a apuração do fato e muito menos avaliar suas circunstâncias. Ouvir o “outro lado”, nem pensar. Se, por descuido, isso ocorre, não passa de um ritual farsesco. Esse jornalismo de resultados e seu séquito de pretensos opositores na internet são agentes do novo totalitarismo, especialistas nas proezas da manipulação, da intimidação e da censura da opinião alheia.No estágio atual da sociedade de massa, o controle social despótico dispensa a obviedade dos dólmãs, dos coturnos ou da cadeira do dragão. O totalitarismo do Terceiro Milênio não usa coturnos nem câmaras de gás. Usa a “informação” que não pensa em si mesma. O propósito da manipulação e da espetacularização da notícia é tornar os “pacientes” incapazes de compreender a natureza perversa da frenética guerra de fatos e versões “construídas” sob o acicate da concorrência para alcançar o “fundo do poço”.
(continuação do texto, clicando em "mais informações", abaixo)