quarta-feira, 30 de março de 2011

serra da canastra, onde nasce o velho chico

no alto do parque

a fabulosa casca d'anta




cachoeira da chinela
na janela do chalé
um veado campeiro nos observa
um tamanduá na relva
a silhueta de um gavião
um carcará

um gavião pomba e sua presa


tinha uma cascavel no caminho







fotos de gê césar de paula

sexta-feira, 18 de março de 2011

debate: focault e chomsky

O vídeo abaixo apresenta um interessante documento histórico com um debate ocorrido em 1971 na Holanda entre dois influentes intelectuais da época, o filósofo Michel Foucault, falecido em1984 e o linguísta Noam Chomsky hoje com 83 anos.
A discussão pode parecer em princípio datada, mas algumas das questões levantadas, ou permanecem ou foram substituídas por verdades pré-moldadas e necessidades fabricadas, sobre as quais um outro filósofo, Herbert Marcuse, se debruçou naquela efervescente virada dos anos 60 para os 70.
O debate começa pela questão da sociedade tecnológica e caminha para noções de poder e conceitos de natureza humana e justiça. O vídeo mostra apenas um trecho do debate mas, ainda assim, vale pela curiosidade.


o belas artes fecha as portas







Ontem à noite fui ao Belas Artes, não para assistir algum filme mas apenas para me despedir. Pena não ter levado minha câmera. A cena lembrava a de um velório, em que pessoas formam pequenos grupos, murmuram coisas, se recostam em cantos, se apoiam em paredes. De repente alguém se exalta, dizendo da importância cultural do espaço, como aqueles que, em velórios, exaltam as qualidades morais do defunto.
Por aquelas salas escuras, visitei a Veneza de Visconti, a Berlim de Fassbinder, a Roma de Fellini e também de Rosselinni, a Estocolmo de Bergman, a Tókio de Kurosawa, a Paris de Truffaut, o espaço sideral de Tarkovsky e também de Kubrick, o imaginário psicológico de Antonioni...
Não sei, é bem verdade, se todas estas visitas e sensações se deram no Belas Artes, ou em outro cinema enterrado de São Paulo: a memória nos prega peças por vezes. Mas fica a memória afetiva, do mesmo jeito que falou o Ugo Giorgetti, em coluna recente na Folha. Giorgetti disse outra coisa ainda, que se assemelha ao que sinto: “Agora, acompanhando o mundo a que pertenceu, o Belas Artes se vai para sempre. Não vou sentir saudades dele. O que sinto, no fundo, é saudades de mim, nele”.
PS: um link:
http://letrasdespidas.wordpress.com/2011/01/09/o-fim-do-cinema-belas-artes/